(Formidable)
(Mes emmerdes)
Mais logo haverá post. Para já, relaxem e apreciem estas pequenas delícias.
Adenda: Não houve post, mas encontrei a canção que me faltava! E associada a outro petisco, ainda por cima. Já tinha passado por aqui, afinal.
Para as leitoras da Porta do Vento, aqui está um presentinho especial: Par Gourmandise. E aqui fica também a letra, para que cada um a cante ao ouvido de quem quiser.
Eu nasci alguns anos mais tarde, mas sei muito bem do que fala Ana Belén.
É o que sente toda uma geração. E a canção é linda, além disso.
Yo también nací en el 53
y jamás le tuve miedo a vivir
me subí de un salto en el primer tren
¡hay que ver! en todo he sido aprendiz...
No me pesa lo vivido,
me mata la estupidez
de enterrar u fin de siglo
distinto del que soñé.
Yo también nací en el 53
yo también crecí con el Yesterday
como tú, sintiendo la sangre arder
me abrasé sabiendo que iba a perder...
Siempre encuentras algún listo
que sabe lo que hay que hacer
que aprendió todo en los libros
que nunca saltó sin red.
Que te puedo contar que tú no hayas vivido
que te puedo contar que tú no hayas soñado...
Yo también nací en el 53
y soñé lo mismo que sueñas tú;
como tú no quiero mirar atrás
sé muy bien que puedo volverme sal...
Siempre tuve más amigos
de los que pude contar
sé que hay varios malheridos
que esperan una señal.
Qué te puedo contar que tú no hayas vivido
qué te puedo contar que tú no hayas soñado...
No me pesa lo vivido
me mata la estupidez
de enterrar un fin de siglo
distinto del que soñé...
Qué te puedo contar que tú no hayas vivido
qué te puedo contar que tú no hayas soñado.
Fazem anos hoje, por ordem de idade (e das minhas preferências, embora goste de todos eles):
1. Eric Clapton – 64 anos
2. Tracy Chapman – 45 anos
3. Norah Jones – 30 anos
(Obrigada à Margarida, pela lembrança. E espero que apareça mais vezes por aqui)
... ao meu amigo e excelente músico guineense Manecas Costa, que acaba de ser nomeado para os Prémios Maria Casares, na Galiza, na categoria de "Melhor Música Original".
Este reconhecimento público é mais do que merecido e sublinha, uma vez mais, a qualidade artística do Manecas. Aqui ficam dois exemplos, para verem que não exagero:
Vejam aqui o que é possível fazer-se com a 5ª sinfonia de Beethoven.
A história é simples: uma família japonesa discute o que vai comer ao pequeno-almoço (asagohan). Todas as opções incluem arroz, como seria de esperar, mas mesmo assim não há consenso. Finalmente, quando estão quase, quase a chegar a um acordo, já é hora de almoçar.
O sentido de humor japonês ultrapassa-me completamente, confesso. Mas a qualidade vocal deste grupo é excelente.
(Daniel Barenboim - "El amor brujo", de Falla)
(Bobby McFerrin - My Favorite Things)
(Playing For Change - Song Around the World "Stand By Me")
(Pedro Burmester, Mário Laginha e Bernardo Sassetti - O Sonho dos Outros / Bernardo Sassetti)
Durante o dia de hoje, as visitas entradas por esta Porta do Vento
somaram o bonito e redondo número de 100.000.
Quem diria? You never can tell...
(You never can tell)
(Clash of the Choirs: Flight of the Bumble Bee - Nick Lachey)
Será assim, mais ou menos, a conversa no almoço de hoje...
(Woman - John Lennon)
(Candide - Leonard Bernstein - Martina Govednik)
Recorro ao fabuloso e corrosivo Joaquin Sabina, um dos meus músicos de estimação, para responder a estas perguntas sem pés nem cabeça. O Sabina tem letras e títulos geniais, ninguém melhor do que ele para fornecer nonsense a pedido. Peço desculpa a quem inventou isto, mas perguntas do calibre de "Descreve o estado actual da tua relação" ou "Como descreves o teu último relacionamento", para já não falar da pérola "Escreve uma frase sábia", não me merecem respostas a sério...
1) És homem ou mulher?
Adivina, Adivinanza
2) Descreve-te:
3) O que as pessoas acham de ti?
Carguen, Apunten, Fuego
4) Como descreves o teu último relacionamento:
Corre, Dijo La Tortuga
5) Descreve o estado actual da tua relação:
Y sin embargo
6) Onde querias estar agora?
7) O que pensas a respeito do amor?
El Rocanrol De Los Idiotas
8) Como é a tua vida?
Eva tomando el Sol
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
Yo Quiero Ser Una Chica Almodovar
10) Escreve uma frase sábia:
E pronto, está feito. Quem achar piada, que leve e espalhe a corrente.
(Nota: O título do post - Mentiras Piadosas - é também o título de uma canção de Joaquin Sabina)
(Gourmandise - Charles Aznavour)
Gourmandise
Je t'aime aussi par gourmandise
Toi mon joli péché mignon
Tu as le goût des friandises
Que je volais petit garçon
Tendre objet de ma convoitise
Tu es comme un fruit défendu
Et je cueille par gourmandise
Mille baisers sur ton corps nu
Je t'aime aussi par gourmandise
Et je te dévore des yeux
Quelque parole que tu dises
Coule comme un vin merveilleux
Que je déguste et qui me grise
Et me trouble d'âme et de corps
Et je te prends par gourmandise
Et puis j'en redemande encore
Je t'aime aussi par gourmandise
Tu es mon restaurant chinois
Tu es mon canard aux cerises
Mon petit pain au chocolat
Par toi mon appétit s'aiguise
Je te dérobe et te savoure
Viens, viens contre moi que je te dise
Je t'aime aussi par gourmandise
Mon amour
(Nota: Foi um comentário do Mike que me lembrou este petisco que eu tinha guardado, embora não me pareça que seja muito do agrado dele... Paciência. Fica para as minhas queridas comentadoras, que merecem tudo.)
Dançar é sonhar com os pés.
Joaquin Sabina
(Lambarena - Joseph Gatti & Adiarys Almeida - Bach to Africa)
Morreu esta semana a cantora peruana Yma Sumac, uma verdadeira lenda de que as novas gerações provavelmente nunca ouviram falar.
Deram-lhe muitos nomes - desde "Rouxinol Andino" a "Imperatriz de Matchu Pitchu" - não só pelo seu extraordinário aparelho vocal como pelos filmes que protogonizou, quase sempre histórias da fascinante mitologia do seu país natal que tinham como cenário a inigualável paisagem dos Andes. Mas nem precisava de ter escolhido um nome artístico (Yma Sumac ou Ymma Sumack, no princípio da carreira em Hollywood), já que nenhum poderia competir em exotismo e "peso" com aquele com que foi baptizada: Zoila Augusta Emperatriz Chavarri del Castillo.
Mas concentremo-nos na voz, aquilo que lhe deu um lugar único na História. Tanto quanto se sabe, nunca uma voz humana chegou tão longe em extensão e timbre como a de Yma Sumac. Era um "contralto virago", uma anomalia vocal muito rara que, no caso dela, atingiu o máximo de alcance conhecido até hoje: cinco oitavas (!), uma proeza inimaginável para qualquer cantora (uma boa voz lírica feminina atinge em média duas oitavas e meia; Maria Callas, por exemplo, orgulhava-se das suas três oitavas limpas).
A voz de Yma movia-se entre o barítono e o soprano ligeiro com uma facilidade espantosa. Gastou-a quase exclusivamente em mambos e outros sons do folclore andino, género em que podia exibi-la "de A a Z" como se de um número de circo se tratasse. Mas fez também brilharetes na ópera, dos quais o episódio mais conhecido é aquele em que arrasou com a Flauta Mágica de Mozart numa tournée por Itália, nos anos 50, época de ouro da sua carreira. Porque cantou bem? Claro, mas sobretudo porque não foi Pamina que escolheu interpretar. A sua voz foi emprestada... à própria flauta! Tudo isto por ter subido ao palco furiosa, depois de uma provocação de um crítico musical que a avisou, em tom jocoso, de que ela estava "no berço da ópera" e ali cantaria para connaisseurs, não para os leigos que a adulavam lá nas Américas...
Yma Sumac desapareceu de cena muito antes da sua morte. O mundo engole os seus ídolos a uma velocidade estonteante, e ainda mais quando são estranhos e pouco ortodoxos. O reinado de Yma não foi longo, nem como actriz nem como cantora. Mas foi intenso e raro, e por isso merece ser recordada. Ainda não houve quem suplantasse as proezas vocais de que a Imperatriz dos Andes era capaz.
(Yma Sumac - Pachamama)
(Pata Pata by Miriam Makeba)
Adenda: Miriam Makeba, a Mãe África, morreu poucos dias depois de ter sido feito este post. Aqui fica uma homenagem a um talento enorme e uma personalidade sem par.
Houve um tempo em que eu ouvi este álbum - Between the lines - até à exaustão. Até saber de cor cada palavra, cada acorde, cada pausa de Janis Ian. Recebi este disco de presente, em circunstâncias muito especiais, num tempo em que as canções falavam por nós, em códigos secretos e com emoções à flor da pele. Depois, como tudo o mais, passou. Mas agora, vá lá saber-se porquê, voltou a apetecer-me ouvir esta voz delicada e cândida, estas canções que eu julgava já perdidas no mar morto da memória. Não estavam. E vejo que tudo isto resistiu ao tempo (a voz, as letras, as melodias), como sempre acontece com o que tem qualidade. Aqui ficam algumas das minhas preferidas, mas todo o disco é bom.
(At seventeen)
(In the winter)
Mais do que justa, esta homenagem que aqui faço a Rui Veloso, porque já tardava. As canções são lindas, como não poderia deixar de ser quando se trata de uma parceria imbatível: a que ele tem desde sempre com Carlos Tê, um belíssimo letrista. Os dois juntos têm assinado verdadeiras obras-primas. Difícil foi escolher, mas estas são algumas das minhas preferidas.
(A Ilha)
(Jura)
(Nunca me esqueci de ti)
(Cavaleiro Andante)
(Concerto de Aranjuez/2º movimento - Paco de Lucia)
Gosto da voz, da atitude perante a vida, da sensibilidade e da atenção aos outros. Gosto das opções musicais, que incluem fusões interessantes com outros músicos e uma partilha saudável de um merecido estrelato, a que ele não parece dar importância de maior. Gosto de Sting, enfim (mas não tanto dos Police). Este "English man in New York" é uma das suas canções emblemáticas e também uma das que mais gosto, embora tenha a sensação de que este cidadão do mundo não deve sentir-se um allien em parte nenhuma...
Sting faz hoje 57 anos.
Todos deveriam sê-lo.
Em homenagem às origens da Música, escolhi postar hoje este maravilhoso coro porque penso que, muito provavelmente, terão sido os pássaros a inventá-la. Vale a pena ouvi-lo, garanto.
(Estienne Mouliné - "Consert De Différents Oiseaux"
Le Poème Harmonique: Claire Lefiliâtre)
Gardez de vous abuser tous
Ce serait chose bien etrange
Si les corbeaux et les hiboux
Chantaient comme des anges
Nous sommes des dieux déguisés
Qu'en ce lieu ces beautés attirent
Et c'est pour nos cœurs embrasés
Que nos bouches soupirent
(As-tu-déjà aimé? - Les chansons d'amour)
(Wynton Marsalis & Sarah Vaughn - Autumn Leaves)
Tive a sorte de apanhar hoje, por acaso, um programa do canal Mezzo dedicado a Maxim Vengerov, considerado o maior violinista da actualidade e um dos maiores de todos os tempos. Foram quase três horas da melhor música, tocada com um virtuosismo raro por um homem simples, humilde e de uma simpatia contagiante. Um músico de tal maneira extraordinário que corre o mundo a ensinar a sua arte a jovens violinistas que demonstrem talento e muita vontade de aprender. Por esta generosidade rara num músico do seu nível, foi nomeado embaixador da Unicef para a música.
Mas tive outra sorte ainda maior, há cerca de quatro anos (sou uma mulher de sorte, reconheço-o sem qualquer hesitação): a de tê-lo visto e ouvido ao vivo - numa sala do Palácio de Queluz - num inesquecível e restrito recital que precedeu as audições que vinha fazer a jovens portugueses. Por muitos anos que viva ainda, sei que não se apagará da minha memória a lembrança desse fim de tarde mágico.
Maxim Vengerov, pelo seu lado, teve a sorte de nascer na Rússia, um país que - com todos os terríveis defeitos que possamos apontar-lhe - sempre soube reconhecer e dar oportunidades aos seus talentos. Das mãos grandes, rudes e aparentemente desajeitadas deste camponês da Sibéria (até hoje não perdeu esse arcaboiço rural, que contrasta estranhamente com a delicadeza da sua sensibilidade) saem sons sublimes que julgamos impossível serem extraídos de um instrumento musical. Mas o instrumento que ele toca não é um violino qualquer. Vengerov teve também outra sorte: por ser de tal maneira especial foi-lhe oferecido, por uma mecenas japonesa multimilionária, um dos raríssimos Stradivarius que a senhora acabara de adquirir num leilão em Nova Iorque. O gesto foi de uma generosidade imensa (os valores a que ascendem estes violinos são astronómicos), e o argumento que ela apresentou revela uma sensibilidade rara: preferiu saber a sua preciosidade entregue em mãos que a merecessem e a fizessem reviver, do que tê-la exposta, inerte, numa vitrine ou num cofre de banco. Chama-se Ex-Kreutzer (os Stradivarius são tão poucos que todos têm nome) o pequeno violino barroco cor de mel, que parece às vezes não aguentar as emotivas interpretações do seu dono.
Escolhi estes sete videos, encontrados no You Tube, resistindo à tentação de colocar aqui outros tantos. Os primeiros revelam o virtuosismo de uma criança e de um jovem músico, os seguintes o esplendor da sua maturidade musical. E o último mostra a faceta humana de um artista verdadeiramente excepcional. Espero que gostem, pelo menos tanto como eu.
(Sonata - Bach)
(Caprice - Paganini)
(Concerto - Dvorak)
(Caprice - Saint-Saens)
(Violin Concertos - Mozart)
(Vocalise - Rachmaninov)
(Masterclass)
(Nota: Com excepção de dois deles, os videos são de curta duração)
("Brel Barbara" par Béjart - la valse à mille temps)
(Ella Fitzgerald & Louis Armstrong)
(Jane Monheit & John Pizzarelli)
(Frank Sinatra)
1. A minha canção preferida do duo-maravilha
(Simon and Garfunkel)
2. Uma fantástica versão feminina
(Eva Cassidy)
3. E finalmente... a César o que é de César! (mesmo que nunca confessado por Paul Simon)
(Bach: Ich will hier bei dir stehen - Matthäus-Passion BWV 244)
(Nessum dorma / Turandot - Os 3 Tenores)
Recebi este presente da Margarida, uma comentadora do Porta do Vento (desde o seu início) que tem sempre um bom gosto imbatível a escolher música. Prezo muito os meus amigos melómanos, como já disse por aí. Obrigada, Margarida.
Vejam lá se não é óptimo:
(John Mayer - Daughters (Acoustic))
Percebi que era culto, quando disse gostar dos Carmina Burana e não da Carmina Burana.
Percebi que era snob, quando acrescentou: "mas na versão de Clemencic, e não nessa reconstrução quase desinteressante de Carl Orff".
(Nota: Os Carmina Burana)
De tanto ouvir Bach,
acabou por especializar-se na arte da fuga.
A última fuga será de si próprio.
(Bach - Art of fugue - Contrapunctus 01 / The last fugue - Glenn Gould)
(Para a Fugi, que ficou impressionada com os meus disparates. Até as desgraças se dançam, com esta música irresistível... e eu, felizmente, não tenho desgraças nenhumas para apresentar a não ser uns quilinhos a mais!)
Mas ao menos que não falte a música!
(Bill Withers)
(Sting)
(Eva Cassidy)
(Lighthouse Family)
Em homenagem a Isaac Hayes, uma voz inconfundível que incendiou a minha imaginação de adolescente e mais tarde nunca me desiludiu. Foi o primeiro cantor a ganhar um Óscar da Academia de Hollywood para a melhor música original de um filme, com Shaft. Calou-se ontem para sempre, aos 65 anos. Era, afinal, muito mais fragile do que parecia.
(Fragile - Isaac Hayes)
Há aqui um dilema, para mim: dos inolvidáveis Genesis preferia Peter Gabriel como vocalista, mas estas três canções têm um lugar muito especial nas minhas memórias. Por isso a insistência (aparentemente incoerente) da escolha de Phill Collins nos três videos que destaco. Espero que gostem.
We've got to get in... to get out!
(Follow you, follow me)
... meu caro Watson.
(Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous - Barbara)
Ma plus belle histoire d'amour
Du plus loin, que me revienne, Que l'hiver ou la neige à mon cou,
L'ombre de mes amours anciennes,
Du plus loin, du premier rendez-vous,
Du temps des premières peines,
Lors, j'avais quinze ans, à peine,
Cœur tout blanc, et griffes aux genoux,
Que ce furent, j'étais précoce,
De tendres amours de gosse,
Ou les morsures d'un amour fou,
Du plus loin qu'il m'en souvienne,
Si depuis, j'ai dit "je t'aime",
Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous,
C'est vrai, je ne fus pas sage,
Et j'ai tourné bien des pages,
Sans les lire, blanches, et puis rien dessus,
C'est vrai, je ne fus pas sage,
Et mes guerriers de passage,
A peine vus, déjà disparus,
Mais à travers leur visage,
C'était déjà votre image,
C'était vous déjà et le cœur nu,
Je refaisais mes bagages,
Et poursuivais mon mirage,
Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous,
Sur la longue route,
Qui menait vers vous,
Sur la longue route,
J'allais le cœur fou,
Le vent de décembre,
Me gelait au cou,
Qu'importait décembre,
Si c'était pour vous,
Elle fut longue la route,
Mais je l'ai faite, la route,
Celle-là, qui menait jusqu'à vous,
Et je ne suis pas parjure,
Si ce soir, je vous jure,
Que, pour vous, je l'eus faite à genoux,
Il en eut fallu bien d'autres,
Que quelques mauvais apôtres,
Pour que je perde patience,
Et j'ai calmé ma violence,
Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous,
Les temps d'hiver et d'automne,
De nuit, de jour, et personne,
Vous n'étiez jamais au rendez-vous,
Et de vous, perdant courage,
Soudain, me prenait la rage,
Mon Dieu, que j'avais besoin de vous,
Que le Diable vous emporte,
D'autres m'ont ouvert leur porte,
Heureuse, je m'en allais loin de vous,
Oui, je vous fus infidèle,
Mais vous revenais quand même,
Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous,
J'ai pleuré mes larmes,
Mais qu'il me fut doux,
Oh, qu'il me fut doux,
Ce premier sourire de vous,
Et pour une larme,
Qui venait de vous,
J'ai pleuré d'amour,
Vous souvenez-vous ?
Ce fut, un soir, en septembre,
Vous étiez venus m'attendre,
Ici même, vous en souvenez-vous ?
A vous regarder sourire,
A vous aimer, sans rien dire,
C'est là que j'ai compris, tout à coup,
J'avais fini mon voyage,
Et j'ai posé mes bagages,
Vous étiez venus au rendez-vous,
Qu'importe ce qu'on peut en dire,
Je tenais à vous le dire,
Ce soir je vous remercie de vous,
Qu'importe ce qu'on peut en dire,
Je suis venue pour vous dire,
Ma plus belle histoire d'amour, c'est vous...
(Frank Sinatra e Shirley MacLaine)
(Alanis Morissette)
(Nota: Esta canção de Cole Porter é uma delícia, letra e música. Mas não deixem de ouvir o diálogo prévio do primeiro video, que é igualmente delicioso.)
Almocei ontem com três amigos que não via já há algum tempo. Um deles, há longos anos. Mas as amizades sólidas têm isto de bom: não há tempo de ausência, por muito longo que seja, que consiga anular a naturalidade e o à vontade que voltam a ligar-nos em meia dúzia de minutos.
Três cérebros de eleição, habilitações académicas de luxo e carreiras profissionais bem sucedidas até onde isso foi o mais importante. Isto porque dois deles, afastados prematuramente do mortífero stress de uma mega-empresa que lhes sugou a alma durante anos, têm agora uma vida mais calma (o terceiro é empresário, não pode ainda dar-se ao luxo de abrandar). Merecidíssima calma, diga-se. E o que fizeram? Entregaram-se ao tédio, às pantufas, à depressão e à lamúria dos injustiçados? Nada disso: reavaliaram prioridades, puxaram pelos (muitos) neurónios para encontrar um equilíbrio possível e satisfatório entre uma actividade que os mantenha produtivos, a família, os amigos, e... o voluntariado em causas humanitárias! Assim mesmo, porque sabem como isso é importante, não só para a comunidade a que pertencem como para si próprios, para o seu bem-estar interior.
Sobre tudo isso conversámos, entre divertidos e comovidos. Houve gargalhadas, histórias antigas e novos projectos. Houve Amizade, sobretudo. E gostei muito de constatar, mais uma vez, que continua a haver gente que esta voragem de egoismo e mera sobrevivência em que vivemos ainda não conseguiu desumanizar e engolir. Esta é, e será sempre, a "minha gente".
Queridos Teresa, Manecas e João, para vocês um beijo especial. Para o próximo almoço espero que "venham mais cinco", como cantava o outro. Falta-me rever tantos, ainda!
(Como se o reencontro não fosse presente suficiente, ainda ganhei um CD, que adoro: "Bebo & Cigala - Lágrimas negras". Em cheio. Encontrei no You Tube uma faixa deste outro encontro de amigos - uma interpretação fantástica de uma canção de sempre - que deixo aqui como homenagem à Amizade)
(Eu sei que vou te amar - Bebo & Cigala)
(The Lady Wants To Know - Michael Franks)
(Tell me all about it - Laura Fygi & Michael Franks)
From a sex symbol...
... to a legend...
... with lots of Satisfaction!
Sir Mick Jagger faz hoje 65 anos.
Quem me conhece sabe da minha paixão pelas músicas e letras do Pedro Guerra. Sobretudo pelos primeiros discos, que continuo a considerar os melhores deste cantautor das Canarias, que já conquistou o mundo e compôs para grandes nomes da música internacional.
Mas talvez não saibam que esta canção "Contamíname" deu origem (e deu o nome) a uma fundação criada pelo próprio Pedro Guerra, cujo principal objectivo é a partilha de culturas e a luta contra o racismo e a xenofobia. A Fundación Contamíname nasceu, assim, de uma canção cheia de alegria e "boa onda". A música é contagiante, a letra é preciosa. Escolhi a versão de Ana Belén (para mim, uma das melhores vozes de nuestros hermanos) e Victor Manuel por ser, exactamente, uma homenagem à Fundação.
Espero que se deixem contaminar, meus amigos.
Contamíname
Cuéntame el cuento del árbol dáctil de los desiertos
de las mezquitas de tus abuelos
dame los ritmos de las darbucas y los secretos
que hay en los libros que yo no leo
Contamíname
pero no con el humo que asfixia el aire
ven
pero sí con tus ojos y con tus bailes
ven
pero no con la rabia y los malos sueños
ven
pero sí con los labios que anuncian besos
contamíname,
mézclate conmigo
que bajo mi rama
tendrás abrigo
cuéntame el cuento de las cadenas que te trajeron
de los tratados y los viajeros
dame los ritmos de los tambores y los voceros
del barrio antiguo y del barrio nuevo
contamíname,
mézclate conmigo
que bajo mi rama
tendrás abrigo
cuéntame el cuento de los que nunca se descubrieron
del río verde y de los boleros
dame los ritmos de los buzukis los ojos negros
la danza inquieta del hechicero
contamíname,
mézclate conmigo
que bajo mi rama
tendrás abrigo
(Diana Krall)
(Barry White)
Deixei escapar o concerto de Leonard Cohen. Vi-o há vinte anos, é certo, mas não foi por isso que desta vez não fui. Este ano tenho andado com pouca paciência para concertos, e reconheço que o meu sentido de oportunidade não é famoso: tem sido um ano em cheio, e nestes últimos dias, então...
Nada a fazer, agora, a não ser ouvir as minhas músicas de culto (são quase todas, enfim...) e roer as unhas de pura inveja, ao ler esta magnífica crónica do meu amigo Pedro Cordeiro. É bem feito, para ver se aprendo a estar mais atenta e menos preguiçosa, da próxima vez!
(Julie London)
(Astrud Gilberto)
(Diana Krall)
IMPOSSÍVEL REGRESSO
Quando no fim
aquele tema torna, não é para encerrar
num círculo fechado uma odisseia em teclas,
mas para colocar-nos perante a lucidez
de que não há regresso após tanta invenção.
(Jorge de Sena, "Bach: Variações Goldberg", ARTE DE MÚSICA)
(Glenn Gould - Goldberg Variations var.26-30 & Aria Da Capo)