Terça-feira, 13 de Outubro de 2009

Pocket Classic (A Educação Sentimental)


Marie Tourvel

 

O bilionário vai se perguntar: “mas que tanto a Marie fala do Flaubert?”. Falo tanto porque é um dos melhores. Escreveu poucas obras, mas todas de qualidade. Flaubert com seu ar de superioridade misantrópica com que contemplava o mundo nos ensina o que é ter prazer em ler. Todos na rodinha saberão sobre esta obra, talvez poucos saberão descrevê-la com precisão. Portanto, bilionário, não se preocupe. Siga-me e não tenha medo. Resumo:

 

Jovem ocioso ganha herança. E curte a vida adoidado enquanto olha fascinado o mundinho parisiense à sua volta.

 

Falar sobre a obra no meio dos intelequituais é relativamente fácil. O nome da personagem principal do livro é Frédéric Moreau. Tem conotação autobiográfica, pode dizer isso nas rodinhas. É uma evocação da juventude de Flaubert. As ilusões se perdem. Frase clichê, porém, limpinha. Diga que se trata de uma magnífica observação satírica da mentalidade da sociedade da abundância em Paris no século XIX, em que se via a exibição de bens e atitudes luxuosas. Mas não esqueça de dizer que é a Paris da revolução de 1848. Ah, Revolução... Os franceses sempre inventando bobagens.

 

A música só tem o mesmo nome do romance de Flaubert. Com rimas pobres, porém, limpinhas (Educação Sentimental - Kid Abelha - um nome de banda pop como esse a gente pode mudar para QI deAbelha sem alterar o significado do mesmo): 

 

Etiquetas:
publicado por Ana Vidal às 10:00
link
5 comentários:
De Luísa a 13 de Outubro de 2009
Já li há uns anos, Marie. E foi aqui que (se a memória me não falha) tive a percepção mais nítida da influência de Flaubert sobre o nosso Eça de Queiroz. Tenho ideia de que há uma cena de corridas de cavalos muito «semelhante» à da outra corrida nos Maias. Gostei de me reeducar com este seu «Pocket», Marie, depois de me ter deseducado completamente (no plano sentimental, entenda-se) com a leitura do livro. ;-D
De mike a 14 de Outubro de 2009
Sortudo esse jovem ocioso, hein, Marie?
Olha, fez bem avisar o bilionário que é a Paris de 1848... mas não acha que el vai franzir o sobrolho depois de você falar em revolução?
É sempre um prazer te ler. :)
De Ana Vidal a 15 de Outubro de 2009
Li este Flaubert há muitos anos, Marie. Não sei se foi por causa dele, mas a minha educação sentimental foi um verdadeiro primor... lol
Um beijo, amiga.
De Ana Vidal a 15 de Outubro de 2009
Pensando bem, a minha educação sentimental tem sido uma verdadeira revolução. Foi o Flaubert mesmo, não há dúvida... ;-)
De marie tourvel a 19 de Outubro de 2009
Peço perdão por não ter respondido a comentários feitos aqui no Porta. Estive com problemas de saúde e afastada da Internet. Agradeço a todos que vieram por aqui. Já estou melhor e volto em breve cheia de energia no retorno deste blogue que eu amo tanto.

Um beijo a todos, Marie

Comentar post

brisas, nortadas e furacões, por


Ana Vidal
Pedro Silveira Botelho
Manuel Fragoso de Almeida
Marie Tourvel
Rita Ferro
João Paulo Cardoso
Luísa
João de Bragança

palavras ao vento


portadovento@sapo.pt

aragens


“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

(Jean Cocteau)

portas da casa


Violinos no Telhado
Pastéis de Nada
As Letras da Sopa
O Eldorado
Nocturno
Delito de Opinião
Adeus, até ao meu regresso

Ventos recentes

Até sempre

Expresso do Oriente (3)

Expresso do Oriente (2)

Expresso do Oriente (1)

Vou ali...

Adivinhe quem foi jantar?

Intervalo

Semibreves

Pocket Classic (A Educaçã...

Coentros e rabanetes

Adivinhe quem vem jantar?

Moleskine

Lapsus Linguae

Semibreves

Sou sincera

favoritos

Fado literário

O triunfo dos porcos

E tudo o vento levou

Perfil


ver perfil

. 16 seguidores

Subscrever feeds