Ana Vidal
À FLOR DA PELE Toco, teço e entrelaço
Com dedos de descobrir
Lanço redes num abraço
À flor da pele me desfaço
Na vertigem de sentir
Tudo é matéria, se é tempo
De epidérmicas razões
Danço num sopro de vento
Rasga-me cada tormento
Gelam, queimam, emoções
E todavia, invisível Corre o rio do intangível Imperioso, indefinível
Eterno e primordial
Matriz de tudo, afinal
(Imagem: René Magritte)