Quarta-feira, 18 de Março de 2009

Sou sincera

Rita Ferro

 

 

Onde está o Wally?

 

 

 

Quer participar neste jogo?

Descubra o erro.

Não o erro ortográfico ou gramatical,

semântico ou ontológico,

pois esquadrinhá-lo seria calisto e desprezível

num dia de festa como o de hoje,

mas o erro de casting.

Existem palavras neste texto

de tão apaixonado tributo à mulher que,

por questões de probidade e modéstia,

não se esperaria que pudessem ter sido escritas pelo próprio. Quais serão?

 

 

 (Esclarecimento: a foto foi escolhida por mim, por me parecer indicada RF)

 
Presidenta

Março 16, 2009 by José Saramago

Este texto cerra meio ano de trabalho. Outros trabalhos e anos sucederão a estes se os fados assim quiserem. Hoje, por coincidência dia do seu aniversário, o meu tema é Pilar. Nada de surpreendente para quem quiser recordar o que sobre ela tenho dito e um quarto de século que levamos juntos. Desta vez, porém, quero deixar constância, e supremamente o quero, do que ela significa para mim, não tanto por ser a mulher a quem amo (porque isso são contas do nosso rosário privado), mas porque graças à sua inteligência, à sua capacidade criativa, à sua sensibilidade, e também à sua tenacidade, a vida deste escritor pôde ter sido, mais do que a de um autor de razoável êxito, a de uma contínua ascensão humana. Faltava, mas isso não podia imaginá-lo eu, a idealização e a concretização de algo que ultrapassasse a esfera da actividade profissional ou que dela pudesse apresentar-se como seu prolongamento natural. Foi assim que nasceu a Fundação, obra em tudo e por tudo obra de Pilar e cujo futuro não é concebível, aos meus olhos, sem a sua presença, sem a sua acção, sem o seu génio particular. Deixo nas suas mãos o destino da obra que criou, o seu progresso, o seu desenvolvimento. Ninguém o mereceria mais, nem sequer de longe. A Fundação é um espelho em que nos contemplamos os dois, mas a mão que o sustém, a mão firme que o sustém, é a de Pilar. A ela me confio como a qualquer outra pessoa não seria capaz. Quase me apetece dizer: este é o meu testamento. Não nos assustemos, porém, não vou morrer, a Presidenta não mo permitiria. Já lhe devi a vida uma vez, agora é a vida da Fundação que ela deverá proteger e defender. Contra tudo e contra todos. Sem piedade, se necessário for.

 

 

Etiquetas:
publicado por Ana Vidal às 09:30
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80 comentários:
De RF a 18 de Março de 2009
A mensagem já seguiu, Isabel. Foi de elefante :-))
De Ana Vidal a 18 de Março de 2009
Não sei se chegará a tempo...
De RF a 18 de Março de 2009
Sobretudo se viajar numa jangada de pedra até Lanzarote...
De Ana Vidal a 18 de Março de 2009
Mesmo que o elefante não afunde a jangada, vai chagar lá mesmo nas intermitências da morte, coitado... de sede, pelo menos.
De RF a 18 de Março de 2009
Sim. E tudo indica que já não vá a tempo do enterro de Ricardo Reis...
De Ana Vidal a 18 de Março de 2009
Com sorte, apanhará Lanzarote antes que se lhe acabem os cadernos...
De RF a 18 de Março de 2009
Talvez não seja contagioso... Quanto tempo é a incubação?
De Ana Vidal a 18 de Março de 2009
até ficar um objecto quase...

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