Uma pequena aldeia na planície arménia,
nevoeiro matinal no porto de Dieppe.
O silvar agudo nos cimos dos Cárpatos,
um castelo solitário num lago escocês.
Um junco chinês no mar do Japão,
um trilho de camelos na Rota da Seda.
Um catre vazio no mosteiro da Arrábida,
uma via romana na serra do Gerês.
Uma mesa de cozinha e odores de Outono,
um eucaliptal onde brinco com o Avô.
O último número da revista tão esperada,
despojos da infância que se me acabou.
Ricardo António Alves (Sintra, 21 de Março de 2001)
(Nota à margem - A fotografia aérea é espantosa, e vale a pena reparar bem nela: os camelos são as pequenas manchas claras, o que se vê - a negro - são as suas sombras)