Ofereço este post a todas as mães asfixiantes para que vejam neste espelho a farda de general que vestiram, talvez sem sequer se terem apercebido disso.
Pergunto-me se já fui assim algum dia, e tenho um certo medo da resposta...
Por contraponto àquela piada que circula na net sobre esta interessante receita de bacalhau:
Ingredientes: Mulher, bacalhau, espinafres, broa de milho, azeite, alho, cebola, batata e sal. Modo de preparação: meta a mulher na cozinha com os ingredientes e feche a porta. Espere duas horas e seja servido. Bom apetite.
recebi hoje, por mail, uma alternativa exótica e saborosa que recomendo:
Ingredientes: Homem, morangos, champanhe, jornal, comando de Tv.
Modo de preparação: Junte o jornal, o homem e o comando da tv, ponha tudono sofá da sala e feche a porta.
Saia calmamente e leve os morangos com o champanhe para casa dovizinho giraço.
Qualquer expressão listada na primeira coluna pode ser combinada com qualquer uma das outras colunas, permitindo sempre um discurso coerente. As variações possíveis são cerca de dez mil.
Senhores candidatos a políticos, façam o favor de usar e abusar deste quadro utilíssimo.
Por mim, já o disse, gostaria que fosse Obama. Não porque o seu programa de governação seja superior ou, sequer, substancialmente diferente do de McCain, mas pelo profundo significado do gesto. Pela mudança de atitudes e de mentalidades de que essa escolha seria um sinal revelador. Mas apenas um sinal, nada mais do que isso. A grande e verdadeira mudança não será a eleição de um negro, de uma mulher, ou de qualquer outro candidato "diferente" do que é tradicional. Saberemos, sim, que alguma coisa mudou realmente, quando isso acontecer e não for notícia.
Para não destoar, aqui têm mais um delicioso aperitivo. Desta vez, de uma das minhas séries favoritas da Britcom - Goodness Gracious Me - de que há bem pouco tempo falei com a Teresa.
(Para a Fugi, que ficou impressionada com os meus disparates. Até as desgraças se dançam, com esta música irresistível... e eu, felizmente, não tenho desgraças nenhumas para apresentar a não ser uns quilinhos a mais!)
Nas notícias da noite, Cavaco Silva despede-se dos atletas portugueses, a caminho da China para os Jogos Olímpicos. Depois de algumas palavras de circunstância (de alento, pronto...), aperta a mão a um dos mais promissores candidatos às medalhas - Nelson Évora - dizendo-lhe: "Boa sorte!"
A resposta do atleta é prontíssima: "Obrigado... igualmente!"
Na minha próxima vida, quero vivê-la de trás para a frente.
Começar morto para despachar logo esse assunto.
Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expuslo porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma.
Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu.
Em seguida a primária, ficar criança e brincar. Não ter responsabilidades e ficar um bébé até nascer.
Por fim, passar 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia.
A minha amiga Meg, incansável e excelente blogueira, propõe um desafio irresistível a todos os comentadores do seu badaladíssimo Sub Rosa (com novo visual, a propósito): o de glosar, à semelhança do que fez o escritor Paulo Mendes Campos (brilhantemente, como poderão ler no post da Meg) esta frase: A marquesa saiu às cincohoras. A frase surgiu de uma ideia do poeta Paul Valéry: “Valéry, com seu horror à vulgaridade literária, dizia-se incapaz de escrever um romance por não possuir a coragem de redigir uma frase como esta: A marquesa saiu às cinco horas." Pois bem, Paulo Mendes Campos inventou novas versões para descrever um episódio tão banal como esta saída da marquesa, com hora marcada. Algumas delas são hilariantes. O que vos peço - a vós, ilustres e bem humorados comentadores desta Porta do Vento - é que alinhem na brincadeira e sugiram as vossas próprias versões, contribuindo para o disparate colectivo. Podem fazê-lo na caixa de comentários da Meg, que ela depois fará um apanhado dos melhores (ou de todos, não sei) e com eles fará um novo post. Eu já contribuí. Vá lá, juntem-se ao desafio. É divertido e ginastica os neurónios...
(Nota: Não resisti a ilustrar este post com um retrato da nossa Marquesa de Alorna)
Vestir-se com tecidos suaves, veludos, tweed, caxemira, que dêem vontade de acariciar.
Para não cheirar a velho, retirar dos bolsos as bolas de naftalina e pôr um pouco de perfume distinto, que dê vontade de cheirar.
Não usar cores demasiado vivas, mas as tonalidades da sua estação, o Outono.
Comer feijões finos para ficar extrafino.
Ser desenvolto, leve, nunca pesado. Como os elefantes para atravessar o lago gelado, caminhar na ponta dos pés. Saltar para não se afundar.
Não falar como um livro, não se tornar grave e sentencioso, ficar malicioso, troçar de si e de todos.
Ser pessimista e jovial. Saber dizer asneiras.
Cultivar o inútil e as rosas, o escárnio e as abóboras-meninas.
Aprender de cor poesias para poder dizê-las sem óculos e no escuro.
Ser curioso e ambicioso.
Não se queixar, de manhã, de ter dores por todo o corpo. Pensar que as pequenas dores nos fazem companhia, ocupam o espírito, ficamos amigos. E quando já não as temos, aborrecemo-nos. Lembrem-se que, «passados os cinquenta anos, se acordarmos sem ter nenhuma dor, é porque estamos mortos», mesmo.
Jean-Louis Fournier
(O humor corrosivo de Jean-Louis Fournier, roubado no Zoo Bizarro , o blog do meu amigo JG)
adoeci. nada de grave. constipado. o pingo, no seu estalactítico vaivém, sempre abeirado da queda. é uma chatice. nada de mais. passei numa farmácia para comprar uns medicamentos. chamava-se sanitas. bem sei que estar doente é uma merda, mas não era preciso isto.
Nota: Encontrado aqui, onde já não passava há algum tempo. Por puro esquecimento, porque sempre que por lá passo encontro alguma coisa que me faz tirar o chapéu ao autor. Devo prevenir os incautos de que os textos às vezes são "da pesada" para ouvidos (ou olhos) mais sensíveis. Mas garanto que vale a pena ultrapassar esse pormenor, pela genialidade de alguns posts. Parabéns ao Azia.
2. É absolutamente desnecessário empregar um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisistico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.
5. Fuja de lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out, palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, tá fixe?
9. Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem ideias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma ideia várias vezes.
15. Seja mais ou menos especifico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação correctamente o ponto e a virgula especialmente será que já ninguém sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca! O seu texto fica horrível!
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas contida, e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessivel, forçam desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a lingúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai deixando seu texto pobre - causando ambiguidade - e esquisito, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo.
29. Outra barbaridade que você deve evitar é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carago!
Nota: Texto recebido por e-mail, de um autor que desconheço.
Além dos autores do Corta-Fitas (uma das minhas paragens diárias na blogosfera), que são de grande qualidade, este blogue tem um património precioso e invulgar: os comentadores anónimos. São de uma fidelidade canina e têm graça, normalmente. Não sei se serão uma única pessoa, que se desdobra em várias personalidades, ou, até, se serão heterónimos dos próprios autores do blogue, num exercício de "pescadinha de rabo na boca". Não sei, nem me interessa. Sei que me divertem, e que são uma das razões pelas quais nunca deixo de lá ir espreitar. Dou-vos um exemplo. A esta entrada da Cristina Ferreira de Almeida, já de si bem apanhada, os anónimos reagiram assim:
Anónimo disse...
Veja lá mas é se o Joaquim a leva por maus caminhos.
Nunca fiando...
2:18 PM
Anónimo disse...
Não olhe para trás, senhora, olhe que ainda vai contra um muro!
Se o Joaquim fosse trolha era perfeito, ainda fazia uns arranjinhos na casa; Se fosse o Joaquim de Almeida fazia ovos mexidos (julgo eu).
5:10 PM
j.c. disse...
Não é homem, CFA. Não pode ser homem, porque os homens são perfeitos por natureza. Não precisam de fazer ovos mexidos, nem precisam de fazer coisas básicas: só precisam de saber mandar fazer. Pode até ser macho. Pode ser um peixinho vermelho. Mas o Joaquim não é homem!...
J.C., lamento informá-lo de que as suas ilhas não constam da memória do meu Joaquim. E não despreze a habilidade de fazer ovos mexidos. Garanto-lhe que leva muitas mulheres à rendição.
5:52 PM
j.c. disse...
Três notas, CFA.
1. Um Joaquim sem memória é realmente para lamentar.
2. Não desprezo essa habilidade. Ovos mexidos é coisa que faço com grande qualidade.
3. Maior habilidade é levar muitas mulheres à rendição sem ovos mexidos. Não preciso de ir à cozinha, porque eu sou homem de uma mulher só. Uma de cada vez. Mas só. Ou, quando muito, mal acompanhada...
Ora aí está um comentário engraçado do JC. Contei ao Joaquim e ele disse logo: "Vire à direita". Vejam e aprendam, anónimos do fundo do escalafon!
7:00 PM
Nota: Esta homenagem aos comentadores de blogues alheios não significa, de maneira nenhuma, que os prefira aos da Porta do Vento. Gosto muito dos meus comentadores e não os troco por nenhuns outros. Mas esta assídua troupe de anónimos é, no mínimo, invulgar.
Estamos no Natal, tempo de mil guloseimas. E há algumas que não fazem desequilibrar a balança. Como esta deliciosa letra cantada, com a maior graça, por quem sabe dizer estas coisas melhor do que ninguém: Aznavour, claro. Quem mais? Ofereço-a a todos os que gostam destas e de outras guloseimas.
A selar o famoso Tratado que engalanou Lisboa e levou o primeiro ministro a orgasmos múltiplos de eloquência e protagonimo, aqui fica o comentário docorrespondente da BBC, Mark Doyle, em Lisboa:
«The Summit ended, as do most meetings of this sort, with smiling photocalls. The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued. He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery. I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all. Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good».
Acho que está tudo dito. Ninguém como os ingleses para apanhar os ridículos dos outros. O pior é quando não exageram.Nota: Obrigada ao Manel, que me enviou o texto (que está entre aspas) por e-mail.
É irresistível espreitar as estatísticas de vez em quando, porque se dá de caras com as misteriosas e hilariantes pistas que trazem as pessoas até ao nosso blog. Aqui ao Porta do Vento, há quem venha parar com estas:
"Você não é nenhum resumo do conto vestido"
(Nem quero... prefiro ser o conto inteiro. Mesmo nu.)
"Casamento matinal?"
(Não, amigo, obrigada. Sou noctívaga.)
"Zé aperta o laço"
(À vontade, desde que não seja no meu pescoço...)
"Devolve-me os laços meu amor"
(Desculpe, não posso. O Zé levou-os todos.)
"Pedalando eu vou"
(Então boa viagem, e veja lá não se arme em camisola amarela.)
"Ementas de luxo"
(Aqui tudo é um luxo, meu caro. O que é que pensava, hein?)
"Estátuas maçónicas"
(Perdão? Disso não temos. Deve ter confundido com o avental das ementas de luxo...)
Para acabar de vez com este assunto, aqui está uma boa ideia: em vez de falar nele... dançá-lo! Chávez presta-se, convenhamos: é heavy em vários sentidos. E o remix assenta-lhe como uma luva.
Hoje é domingo, dia de ócio por excelência. E também de fazer coisas fúteis para encher o tempo. Talvez por isso, lembrei-me de um exercício que me diverte pelo absurdo: usar o tradutor Google que instalei neste blogue, para saber o que lê aqui quem não fala português. Porque "que los hay, los hay". Já tenho recebido mails de estrangeiros comentando o que lêm, dando sugestões, criticando, etc. E é aí, exactamente, que está o problema: no que eles lêm, auxiliados por esta ferramenta perversa e delirante, que distorce tudo e pensa por mim, alterando o sentido daquilo que escrevo. Vou mostrar-vos. Pego num parágrafo qualquer (por exemplo, o primeiro do post anterior) e traduzo-o para 4 línguas: francês, espanhol, italiano e inglês. Vejam o resultado. Depois disto, nem me atrevo a adivinhar o que acontece com línguas mais distantes da nossa, como o chinês, o sueco ou o árabe. Nota: Tomei a liberdade (como dizia o Ambrósio à Mme Ferrero Rocher) de salientar as partes mais cómicas das traduções. Reparem, para começar, na tradução sempre criativa de um título simples - De A a Z) 1.Francês (frenchman, como chama o tradutor à língua de Molière) - De à Z
Si j'avais qu'il apprendra toutes les leçons de vie dans une heure et demie, ainsi que dans une espèce de cours intensif et désespéré, choisirait probablement le film « Ryan's daughter », de David Lean. Il est là tout : le Bien, le Mal et tout ce qui a in between, montrés d'une manière il sublime.
(Apesar do título e dos erros de construção, pas mal. É bastante legível.)
2. Espanhol (spaniard, para o Google) - De un Z
Si tuviera eso para aprender todos los lições de la vida sobre una hora y media, tan bien como en una especie del curso intensivo y desesperado, elegiría probablemente la película el “Ryan a la hija”, de la inclinación de David. Es todo allí: el bueno, el mal y todo qué tiene entre, demostrado en una manera de la sublimación.
(A melhor, aqui, é a "inclinación de David". Para que lado se inclinará o David, na terra de nuestros hermanos?) 3. Italiano - Di una Z Se avessi quello per imparare tutti i lições di vita in un'ora e calza, come pure in una specie di corso intenso e disperato, sceglierei probabilmente la pellicola “il Ryan alla figlia„, della magra di David. È tutto là: il buon, malvagità e tutto che cosa ha fra, indicato in un senso di sublimazione.
(Além da pérola "della magra di David", um verdadeiro mistério de identidade, a deliciosa "un'ora e calza". Como a fotografia que acompanha o texto é de umas botas, talvez o Google se tenha inspirado nela) 4. Inglês(a jóia da coroa, já que é a língua-mãe do Google) - Of a Z If I had that to learn all the lições of life in one hour and stocking, as well as in a species of intensive and desperate course, I would choose probably the film “Ryan's to daughter”, of David Lean. It is everything there: the Good, the Evil and everything what it has in between, shown in a sublime way. (Neste caso, acrescento à brincadeira a citação de David Lean, para verem como este tradutor endiabrado não reconhece a sua própria língua e consegue dar-lhe a volta):
"My distinguishing talent is the ability you put people to under the microscope, perhaps you go one or two layers to farther down than adds to other directors. I've just begun you dare you think I perhaps am the bit of an artist. “
(Outra vez as meias. "One hour and stocking" será um espaço de tempo razoável para aprender lições of life? E vejam como é espantoso como o próprio inglês se auto-destrói, no título do filme.) Por último, só uma gracinha. Pode estar cheia de erros, mas é uma escrita linda: لكلّ إيمبرر تثتّي إي ليس دي فيتا في أون'ورا و كلزا, يأكل هو صافية داخل يتلاقى سبس دي كرس شديدة وديسبرتو, أنا إرادة سغليري بروببيلمنت هناك بلّيكلا "إيل فيغرن ألّا„, دلّا دي هزيلة دايفيد. تثتّو ل: إيليخيط بوون, ملفجت و تثتّو ش ها فرا, إينديكتو داخل منظّمة الأمم المتّحدة إحساس دي سوبليمزيون
E é assim este mundo misterioso das traduções do Google. Mas não é tudo mau: no fim de cada página traduzida existe, muito humildemente, um mea culpa que lhe fica bem. Diz isto:
"This is a computer translation of the original webpage. It is provided for general information only and should not be regarded as complete nor accurate."
Vá lá... Tirando o fétiche das meias, o tradutor até tem a noção das suas limitações.
E para que não me acusem de ser inflexível neste tema eterno e sempre quente "homens versus mulheres", aqui deixo um texto com graça - e com graça se dizem algumas verdades, há que admiti-lo - que me foi enviado por um amigo, suponho que como provocação, devida à onda feminista dos meus últimos posts. Mantive o inglês porque achei que se perderia muita da sua fina ironia na tradução. Os ingleses são exímios nessa arte. Como vês, Manel, aqui está ele. Pronunciem-se. Palpitem. E viva o contraditório!
If you put a woman on a pedestal and try to protect her from the rat-race… you’re a male chauvinist. If you stay home and do the housework… you’re a pansy. If you work too hard… there’snever any time for her. If you don’t work enough… you’re a good-for-nothingscum bag. If she has a boring, repetitive job with low pay… this is exploitation. If you have a boring, repetitive job with low pay… you shouldget off your lazy arseand find something better. If you get a promotion ahead of her… that’s favouritism. If she gets a job ahead of you… it’s equal opportunity. If you mention how nice she looks… it’s sexual harassment. If you keep quiet… it’s male indifference. If you cry… you’re a wimp. If you don’t… you’re an insensitive bastard. If you make a decision without consulting her… you’re a chauvinist pig. If she makes a decision without consulting you… she’s a liberated woman. If you ask her to do something she doesn’t enjoy… that’s domination. If she asks you… it’s a favour. If you appreciate the female form and frilly underwear… you’re a pervert. If you don’t… you’re gay. If you like a woman to shave her legs and stay in shape… you’re sexist. If you try to keep yourself in shape… you’re vain. If you don’t… you’re a slob. If you buy her flowers… you’re after something. If you don’t… you’re not thoughtful. If you’re proud of your achievements… you’re full of yourself. If you aren’t… you’re not ambitious. If she has a headache… she’s tiered. If you have a headache… you don’t love her anymore. If you want it too often… you’re oversexed. If you don’t… there must be someone else.
Men die first because they want to.
Juntei uma musiquinha adequada a esta declaração de guerra masculina: Le Ballet (Celine Dion). Dancemos, pois.
Do terrível naufrágio de um paquete de luxo, salvam-se apenas uma passageira VIP - Claudia Shiffer (por exemplo, mas aqui cada um pode pôr o nome que mais lhe agradar) e um português, membro da tripulação. Conseguem nadar até uma minúscula ilha deserta e levar com eles alguns objectos, com que ele faz uma tenda rudimentar. A princípio o relacionamento entre eles é praticamente nulo e mudo, ela mantendo a pose de estrela e ele a deferência a que estaria obrigado em circunstâncias normais: pesca e cozinha para ela, dorme à porta da tenda para guardá-la durante a noite, acende fogo para ela se aquecer, enfim, cumpre as tarefas básicas, mantendo as distâncias. Mas, com o tempo, a necessidade e a falta de alternativas, a relação começa a estreitar-se e acaba num previsível e tórrido romance entre os dois. Passam a partilhar a tenda e a dividir as tarefas e o idílio dura uns tempos, na maior felicidade. Até que ele começa a entristecer, sem razão aparente. Anda cabisbaixo, embora esteja grato aos caprichos do destino por lhe terem posto no caminho aquela mulher de sonho. Ela, preocupada, pergunta-lhe o que pode fazer para animá-lo:
- Falta-te alguma coisa? Não te faço feliz?
- Claro que sim, meu amor. Não posso ser mais feliz! Mas é que... - e cala-se.
- Diz, diz! Faço tudo o que quiseres para te ver feliz...
- Não sei se me vais levar a mal...
- Claro que não, querido. Diz lá.
Depois de grandes hesitações, ela lá consegue convencê-lo a dizer o que quer. E ele pede-lhe então, ainda a medo:
- Importas-te de vestir a minha roupa, pintar um bigode e pôr um chapéu, como se fosses um homem?
- ???
- Não me faças perguntas. Entras na tenda assim e não dizes nada. Fazes isso por mim?
Estranhando, mas disposta a satisfazer o que pensa ser uma fantasia dele, talvez por causa da rotina sufocante daquela ilha, ela acede. E, mal entra na tenda vestida de homem, ele abre um sorriso radioso como há muito tempo não lhe via:
- Manel !!!!!
- ???
- É pá, sabes quem é que eu ando a comer agora, sabes??? A Claudia Shiffer!!!!!
Notas à margem: Esta velha história, que tem graça, retrata bem os homens numa das suas piores facetas. Ou talvez só (para não cair em generalizações injustas) aquele tipo de homens para quem as conquistas - ou qualquer coisa que interpretem como tal - não valem nada sem o conhecimento dos outros. São os que fazem os chamados "riscos na coronha", uma exibição de plumagens só admissível na adolescência e que para nós, mulheres, demonstra invariavelmente um comportamento infantil. Para não dizer pior, porque essa imaturidade gritante é de uma deselegância a toda a prova. Fica-lhes muito mal. Além disso, quantas vezes o segredo de uma história a dois não é o seu maior atractivo? E quantas vezes a atracção não se desfaz com esse exibicionismo escusado, porque nunca tinha passado disso mesmo: uma atracção, ou o picante que tem sempre um segredo?...
As permanentes e sonoras gargalhadas de Hillary Clinton, às vezes um tanto despropositadas, levam os americanos a pensar se ela quererá (re)conquistar a Casa Branca rindo dos eleitores.
Hoje o meu dia amanheceu com poesia. Futebolística. O comentador desportivo da televisão debitava estas pérolas de sensibilidade poética, verdadeiras trouvailles dignas de um clássico: "Mas a bola negou-lhe o intento, e preferiu o ferro", ou " Na segunda parte, o dois a zero ainda pairava no ar", ou ainda "Surgiu da bruma do meio-campo, imparável".
Estas foram só algumas, as que consegui fixar. Escrevo-as aqui para memória futura, ou para fazer um brilharete com elas quando quiser escrever um poema. Qual Rimbaud, qual quê!...
Pesquisa pioneira em “bomba gay” que faz com que as tropas inimigas se tornem “sexualmente irresistíveis” ganhou um dos prémios IgNobel deste ano. Outros ganhadores incluíram tratamentos contra jetlag com drogas para impotência, extração de baunilha de esterco bovino e os efeitos colaterais de engolir espadas. Os prémios, criados em 1991, visam destacar conquistas científicas que “primeiro fazem as pessoas rir e depois pensar”. A cerimônia ocorreu na Universidade de Harvard, EUA. Laureados genuínos do prémio Nobel entregaram os galardões muito desejados aos vencedores. Não se trata de prémio pecuniário. Os vencedores ganham um estatueta feita à mão, um certificado e, é claro, a glória de uma vitória tão ilustre.
Pesquisas verdadeiras
O prémio IgNobelfoi criado pela revista de ciência Annals of Improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável). Os prémios, já na 17ª versão, têm como objetivo “celebrar o incomum, honrar o imaginativo e estimular o interesse das pessoas em ciência, medicina e tecnologia”. Marc Abrahams, editor da revista disse à BBC News: “Quando me tornei editor de uma revista de ciência, repentinamente passei a encontrar-me com todos os tipos de pessoas que haviam feito coisas difíceis de descrever, e a maioria das pessoas nunca havia ouvido falar”. “Para alguns deles, era uma vergonha que ninguém lhes desse nenhum tipo de reconhecimento, e isso foi o que realmente motivou a criação ao IgNobel.”
Tal como os seus colegas do prémio Nobel, o IgNobel é dividido em diversas categorias e todas as pesquisas são reais e publicadas. Os ganhadores do Ig Nobel 2007: Medicina – Pesquisa sobre as consequências do engolimento de espadas. Reino Unido.
Física – Uma equipe dos EUA e Chile que descobriu como os lençóis ficam amarrotados.
Biologia – Pela quantificação de os insetos asquerosos, aranhas, carrapatos, fungos e plantas que vivem nas nossas camas. Holanda.
Química – Descoberta de como extrair extrato de fragrância de baunilha de esterco de vacas. Japão.
Linguística – Uma equipe da Universidade de Barcelona que mostrou que ratos são incapazes de diferenciar quando uma pessoas está falando japonês ou alemão de trás para frente.
Literatura – Uma australiana ganhou pelo seu estudo da palavra “the” e como ela pode confundir as pessoas que tentam colocar coisas por ordem alfabética.
Paz – A Força Aérea dos EUA por instigar a pesquisa e o desenvolvimento de uma arma química que provocaria uma epidemia de comportamento homossexual entre tropas inimigas.
Nutrição – Um pesquisador da Universidade de Cornell por investigar os limites do apetite humano através da alimentação de voluntários com uma tigela de sopa “sem fundo” que se auto-enchia enquanto era consumida.
Economia – Um tailandês que patenteou um dispositivo que pode capturar ladrões de banco atirando uma rede sobre eles.
Aviação – Uma equipe da Universidade Nacional de Quilmes, na Argentina, que descobriu que drogas contra impotência podem ajudar hamsters a recuperarem-se de jetlag. Encontrado no Zoo, do JG. Where else?
E mais uma gargalhada, à conta da proverbial e ignorante bonomia dos portugueses.
Esta ainda fresquinha, acabada de ouvir nas notícias da televisão, numa entrevista de rua no Porto, onde decorre a reunião dos Ministros das Finanças da União Europeia (ECOFIN).
Uma tripeira avantajada é abordada pelo jornalista, que lhe pergunta se sabe o que é o Ecofin. Resposta prontíssima: "Eu não... Sei o que é vinho fino, mas isso não ..."
Bem respondido, carago! O que interessa é saber o essencial.
«Meu homem moderno tem orgasmos longos, erecções vítreas e telescópicas, meu homem feliz é bem informado e cínico, conhece bem as tragédias modernas mas se lixa para elas, não por maldade mas por uma crua "maturidade", um alegre desencanto. Meu homem vive em velocidade. O mundo da Internet, do celular, do mercado financeiro global imprimiu-lhe seu ritmo, dando-lhe o glamour de um funcionamento sem corrosão, uma eterna juventude que afasta a morte.
Meu homem feliz intui, confusamente, que a aventura da verdadeira solidão é apavorante. Daí ele evita que qualquer profundidade existencial possa pintar, que a ideia de morte e finitude apareça à sua frente, senão sua "liberdade" ficava insuportável. E aí ele passa a viver um paradoxo: ligar-se sem ligar-se. Ele percebe que precisa do casamento protector como uma esperança de "sentido". Aí, ele se casa, entre risos dos amigos, como se tivesse cedido a uma fraqueza. E viverá infeliz, numa eterna insatisfação» Teresa Ribeiro, no Corta-Fitas, citando o sempre cáustico e certeiro Arnaldo Jabor, que também disse isto: «Brevemente ouviremos a aeromoça falando: "senhores passageiros, em caso de assalto cairão automaticamente à sua frente coletes de aço e capacetes protetores contra tiros. Coloquem, e depois tenham calma com os ladrões. Não invadam a primeira classe, toda blindada e equipada com kits de sobrevivência, com champanhe e caviar para sequestros de longa duração.» E ainda isto: «A miséria não acaba porque dá lucro».
O meu gosto por bicicletas já provocou reacções, inesperadas e divertidas. Recebi, de um amigo, esta provocação com uma explicação possível para essa queda por bicicletas (neste caso, mais por selins), sugerindo que afinal é comum ao género feminino. Será? Anyway, não são bem estas as minhas razões. Mas nunca resisto ao humor.
Vejam esta pérola do João Paulo Cardoso/Eldorado, com muita graça, como muitas outras que ele escreve: "Que povo é este, que engole 6 telenovelas ao serão? Serão chuva, serão gente? Gente não são, certamente. E a chuva não mata assim." E por isso é com ele que se inauguram os Prémios Porta do Vento, exactamente com o
Prémio HUMOR - atribuído ao blog Eldorado
Podes levá-lo para casa, JP. É teu. Como, não faço ideia. Desenrasca-te.
Pegando no mote dado por Pedro Arroja sobre piadas forenses, lembrei-me desta, igualmente verídica e passada num notário de província: Uma mulher, gorda e afogueada, propunha-se tratar dos documentos necessários para o casamento civil da sua filha. A dada altura, o notário informou-a de que teria que ser a filha a assiná-los e tentou ajudar, perante a evidente contrariedade da mulher:
- Mas a sua filha já tem, ao menos, sinal aberto? Resposta da mulher, corando violentamente e olhando em volta com uma expressão de terror: - Ó senhor doutor, por amor de Deus fale mais baixo, não me desgrace a rapariga! Ela já tem o sinal aberto, é verdade, mas, se o noivo sabe disso, lá se vai o casamento!
O famosíssimo e-bay anuncia e vende - pasme-se! - uma Bíblia Sagrada autêntica (!!!) e assinada pelo próprio (e não menos famoso) Jesus Cristo*.
Veja aqui e despache-se, se quer ser um dos raros eleitos a comprá-la, porque o stock deve ser limitado (Jesus Cristo tinha pouco tempo para autógrafos, andava ocupado de mais a fazer milagres para perder tempo com essas trivialidades...).
Não perca esta oportunidade única. E, já agora, pelo sim pelo não, quando fizer a encomenda deixe o seu nome próprio ou diminutivo, quem sabe se não terá a sorte de receber mesmo uma dedicatória personalizada no seu exemplar? Cristo é amigalhaço dos tansos (até disse: "bem aventurados os pobres de espírito, deles será o reino dos céus"), talvez engrace consigo e lhe faça essa surpresa...
Nota: Repare-se num pormenor curioso - Atento como sempre e prevendo o boom que teria a língua inglesa no mundo ocidental dois milénios depois, Jesus Cristo facilitou a vida aos seus leitores e escreveu a Bíblia sagrada já nesse idioma, como prova o título da capa aqui ao lado - Holy Bible.* Notícia "gentilmente cedida" pelo Blog da Sabedoria.
Veja lá mas é se o Joaquim a leva por maus caminhos.
Nunca fiando...
2:18 PM
Não olhe para trás, senhora, olhe que ainda vai contra um muro!
2:33 PM
Vamos esforçar-nos um bocadinho mais nos comentários, boa? Vá lá, anónimos, vocês conseguem melhor!
3:08 PM
Terá encontrado o Joaquim de Almeida?
3:19 PM
Oh, muito pior que isso foi a minha vida antes de ter conhecido a Juliana Paes.
3:26 PM
Se tentou apoiar-se numa perna, mexer no cabelo e falar-lhe com voz doce, o mais provável é que o Joaquim seja gay, apesar da voz máscula e firme.
3:39 PM
Esse gajo é trolha?
4:02 PM
Sr. Correia, era favor esforçar-se um bocadinho mais.
4:47 PM
Se o Joaquim fosse trolha era perfeito, ainda fazia uns arranjinhos na casa; Se fosse o Joaquim de Almeida fazia ovos mexidos (julgo eu).
5:10 PM
Não é homem, CFA. Não pode ser homem, porque os homens são perfeitos por natureza. Não precisam de fazer ovos mexidos, nem precisam de fazer coisas básicas: só precisam de saber mandar fazer.
Pode até ser macho. Pode ser um peixinho vermelho. Mas o Joaquim não é homem!...
5:25 PM
J.C., lamento informá-lo de que as suas ilhas não constam da memória do meu Joaquim. E não despreze a habilidade de fazer ovos mexidos. Garanto-lhe que leva muitas mulheres à rendição.
5:52 PM
Três notas, CFA.
1. Um Joaquim sem memória é realmente para lamentar.
2. Não desprezo essa habilidade. Ovos mexidos é coisa que faço com grande qualidade.
3. Maior habilidade é levar muitas mulheres à rendição sem ovos mexidos. Não preciso de ir à cozinha, porque eu sou homem de uma mulher só. Uma de cada vez. Mas só. Ou, quando muito, mal acompanhada...
6:02 PM
Ora aí está um comentário engraçado do JC. Contei ao Joaquim e ele disse logo: "Vire à direita". Vejam e aprendam, anónimos do fundo do escalafon!
7:00 PM