Manuel Fragoso de Almeida
A madrugada de Lisboa acolheu-nos chorando, com lágrimas quentes, gentis, enternecedoras…
Deixámos Montemor impregnada de melodia, de fado, mas sobretudo transbordante de amizade simples, sincera, eterna.
As enormes pedras, agrestes e sós, as oliveiras que lutam por cada nesga de terra para brotarem em troncos viris por entre os brutais pedregulhos, as luzes das velas dispostas ao redor da piscina, que iluminam as nossas almas deixando somente vislumbrar as silhuetas, a casa disposta num enorme abraço acolhedor no meio da noite, serena, silenciosa e meiga, ficaram emudecidas deixando fluir os sentimentos, a melodia, a paz de cada palavra cantada.
A vida faz-se de pequenos nadas, mas constrói-se com a solidez de cada laço, com a força de cada relação, com a saudade de cada momento, o sonho de cada amanhã.
Obrigado João e Madalena, pelos momentos que nos fizeram sonhar, pelas saudades que nos fizeram sentir, por uma noite de ternura imensa.
O acordar é mais suave, o olhar mais ao longe…ainda sonhamos…
É já dia, mas deixámos convosco um pouco de todos nós, com a amizade apertada por tantos laços e enriquecida por tantos sins.
Obrigado.
PS – Xica, não pares de cantar. A tua alma desabrocha e floresce a cada nota que nos dás de presente!
Adenda: Para quem não está dentro do assunto - e sei que a maior parte dos leitores da Porta do Vento não está - o Manecas refere-se, neste post, a um jantar em que ambos estivemos ontem, entre outros amigos de longa data. O Alentejo continua lindo, o monte é um primor, a festa foi óptima e eu gostei, sobretudo, de rever gente que não via há muitos anos. Acrescento o meu obrigada à Madalena e ao João, por uma noite excelente. Até sempre. E, Manecas, quanto a vocês não sei, mas nós conseguimos encontrar o caminho de volta à estrada à primeira, sem problemas... e sem gps!