Quinta-feira, 28 de Maio de 2009

Semibreves

Ana Vidal

 

 

Amor é privilégio de maduros

estendidos na mais estreita cama,

que se torna a mais larga e mais relvosa,

roçando, em cada poro, o céu do corpo.

 

É isto, amor: o ganho não previsto,

o prêmio subterrâneo e coruscante,

leitura de relâmpago cifrado,

que, decifrado, nada mais existe

 

valendo a pena e o preço do terrestre,

salvo o minuto de ouro no relógio

minúsculo, vibrando no crepúsculo.

 

Amor é o que se aprende no limite,

depois de se arquivar toda a ciência

herdada, ouvida. Amor começa tarde.

 

(Carlos Drummond de Andrade)

 

publicado por Ana Vidal às 07:30
link
28 comentários:
De ritz_on_the_rocks a 28 de Maio de 2009
Belo Post Ginja
... valeu

bjinho
Ginja
De Ana Vidal a 29 de Maio de 2009
Outro para ti, Ginja.
Valeu, sim. E vale.
:-)

Comentar post

brisas, nortadas e furacões, por


Ana Vidal
Pedro Silveira Botelho
Manuel Fragoso de Almeida
Marie Tourvel
Rita Ferro
João Paulo Cardoso
Luísa
João de Bragança

palavras ao vento


portadovento@sapo.pt

aragens


“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

(Jean Cocteau)

portas da casa


Violinos no Telhado
Pastéis de Nada
As Letras da Sopa
O Eldorado
Nocturno
Delito de Opinião
Adeus, até ao meu regresso

Ventos recentes

Até sempre

Expresso do Oriente (3)

Expresso do Oriente (2)

Expresso do Oriente (1)

Vou ali...

Adivinhe quem foi jantar?

Intervalo

Semibreves

Pocket Classic (A Educaçã...

Coentros e rabanetes

Adivinhe quem vem jantar?

Moleskine

Lapsus Linguae

Semibreves

Sou sincera

favoritos

Fado literário

O triunfo dos porcos

E tudo o vento levou

Perfil


ver perfil

. 16 seguidores

Subscrever feeds