Pedro Silveira Botelho
Pot Pourri
Uma primeira linha rápida para expressar a minha solidariedade com as vítimas do sismo em Áquila. Das centenas que tiveram o infortúnio de sucumbir, aos milhares que ficaram desalojados e, provavelmente, sem todos os seus haveres. Para eles, a Páscoa deste ano vai ficar indelével nas suas memórias, certamente como o episódio mais dramático das suas vidas. Por outro lado, o apreço e admiração pela abnegação dos milhares de socorristas que, a todo o custo, tentam salvar as vidas possíveis, ou minimizar o sofrimento dos que tiveram a sorte de escapar. Não posso deixar de pensar se, tivesse acontecido por cá, quais seriam as consequências. Quer pela qualidade das construções de obras privadas, que todos sabemos não serem minimamente supervisionadas quanto à qualidade dos materiais aplicados, quer pela (des?)organização da nossa Protecção Civil que, a avaliar por outras circunstâncias (no combate aos incêndios, por exemplo) a quantidade de interesses privados que se envolvem neste ‘negócio’ afecta, tantas vezes, a interligação eficiente da operacionalidade dos parceiros envolvidos.
Numa segunda linha, para comentar esta guerra surda sobre os genéricos. Afinal, não foram criados para defender o utente, nomeadamente os que têm poucos recursos? Percebo que as farmácias não possam alterar a receita prescrita pelo médico, substituindo o receitado por um genérico. Vai contra qualquer deontologia. Mas estarão os médicos assim tão coniventes com a indústria farmacêutica, para que não sejam os primeiros a receitá-los? E os doentes, porque não o exigem ao médico?
Finalmente, um louvor à espectacular actuação de ontem do FCP frente ao mais temível adversário. Atitude, brio, profissionalismo, espírito de sacrifício e de equipa, conseguiram o brilhante resultado. Cortaram por completo as pernas à ‘prima donna’ dos brinquinhos. Detesto o JNPC, acho-o uma eminência parda eventualmente responsável por muita da porcaria que grassa pelo futebol nacional. Mas que sabe da poda, não há a menor dúvida. Mudam treinadores, mudam jogadores, mas o FCP tem sido, desde há muitos anos, o melhor clube português, de facto, capaz de ombrear com os melhores do mundo.
Até parece que sou um grande aficionado de futebol. Não sou. Mas não resisto a um bom espectáculo. Como o de ontem.